quarta-feira, 22 de julho de 2009

Efeito dos alucinógenos

Poucos dias antes de morrer Janis Joplin disse que aquela geração de músicos era o começo de muitas outras futuras que, naturalmente, superariam as anteriores. Doce ilusão.
Não sei se é culpa do domínio comercial imposto em cada estampa musical, ou a falta da necessidade de evolução e acomodação com aquilo que lhe é apresentado, mas a música se decompõe lentamente com o tempo.
A cada CD novo lançado damos um passo para trás: cada vez menos instrumentos e mais grunhidos computadorizados; menos melodia, e mais pobreza em todos faces musicais; menos poesia, mais baixaria ao som do mesmo batidão e a falta de letras com assuntos realmente interessantes, dando lugar aos clichês amorosos (Bláblá você. Bláblá te ver. Bláblá minha dor. Bláblá nosso amor).
Acredito -ou espero- que outros também compartilhem esse sentimento comigo, mas desde que nasci, ou de uns 15 anos pra cá, os artistas perderam seu valor. Salvo raras exceções atuais, bandas anteriores que ainda executam um bom trabalho e artistas esforçados, mas nesses quinze anos nenhum compositor/intérprete se revelou e atingiu um status respeitavel pelo seu talento real, e não pelo seu rostinho bonito, carisma ou seja lá o que essas revistas ligam hoje em dia.
Cada vez mais música de prateleira, que vende milhões de cópias no primeiro trimestre abalando na lista de top 5 e depois não se encontra mais cópia sequer, domina o nosso mercado. Janis se revira de bad no seu túmulo enquanto Rebeldes e Jonas Brothers faturam milhões.